As pessoas fazem de tudo para se livrar das responsabilidades.
Pedro entrou no jardim de infância, como de costume, de mãos dadas com a mãe. Vinha de jeans, camiseta, agasalho, a mochila nas costas e um sorriso enorme na cara.
A mãe trazia uma expressão enigmática, como se estivesse pouco á vontade com alguma coisa. Atravessou o pátio, aproximou-se da professora e explicou que, no dia anterior, ela e o marido tinham visto na televisão um programa no qual diziam que não se deve contrariar as crianças. "Por isso, como hoje o Pedro não quis vestir o uniforme, não o obrigamos", disse a mãe.
A professora sem prestar muita atenção ao que a mãe falava, chamou o menino e pôs-se a procurar o uniforme na mochila do garoto. Encontrou a garrafinha térmica, o par de tênis e alguns desenhos. Mas do uniforme, nem a sombra ela encontrou, quem dirá o rastro...
espantada, voltou-se para a mãe de Pedro, que então repetiu, mais convicta a lição aprendida na TV (maldita mídia), sobre a necessidade de não violentar a vontade das crianças.
Os pais de Pedro deixaram-no ir para a escola sem o uniforme, não porque achassem isso certo ou errado, ou porque fosse o aniversário do filho e eles quisessem lhe fazer a vontade, ou a mãe tivesse lavado o uniforme e não secara a tempo.
Nem sequer porque acreditaram que não se deve impor obrigações as crianças. Desconfortáveis em seu papel de pais e aterrorrizados com a idéia de um dia viverem culpados pelo que o filho fizer, entregaram suas responsabilidades a um programa de televisão!
Se não tivessem a televisão, seriam capazes de seguir os conselhos da dona da mercearia ou os do padeiro. E se a professora lhes dissesse que aquilo era um absurdo, no dia seguinte levariam o menino para a escola embrulhado em dois uniformes!
Para muitas pessoas, o importante é poder partilhar responsabilidades, distribuir obrigações e encontrar potenciais culpados para o caso de um dia algo correr mal. As pessoas não se sentem à vontade em seus deveres. E geralmente nem parecem achar que os têm.
Infelizmente, eu nunca tive o prazer de presenciar os pais de uma criança aos berros em um restaurante dizer:
"- Nossa como estamos educando mal nosso filho."
Na melhor das hipóteses, lamentam:
"- Isso é a má influência das outras crianças da escola"
Esse pais, são do tipo que acreditam que é a sociedade que faz os criminosos, o poder que corrompe e os filmes com tiros e explosões que geram a violência. Não existem pessoas más educadas, pessoas excessivamente ambiciosas e criaturas más.
Se as crianças são mal educadas, é por causa da televisão, e são os brinquedos violentos que fazem os meninos brigarem.
O que não se pode é achar o contrário, dizer que muitos pais não dão melhores exemplos do que os programas infantis ou pensar que quem não é capaz de escolher umbrinquedo para os filhos só devia lhes dar bolinhas de gde (grandes é claro, para as ccrianças não engolirem...rs)
O que esses 'pais' não percebem é que são muito mais perigosos do que qualquer Rambo armado até os dentes de misseís e explosivos.
E tem mais, se um dia "Pedro" bater na namorada, eles vão pensar que o problema foi não terem lhe dado uma Barbie aos 4 anos de idade, para que o filho aprendesse a tratar bem as mulheres... e ainda vão dizer que a culpa foi do 'programa de televisão', que não lhes disse que era isso que deviam ter feito!!!
Me poupe né???
Hoje em dia, infelizmente, vemos os pais darem muita liberdade aos seus filhos, o que acaba gerando toda essa doideira.
Liberdade demais também é PREJUDICIAL!!!
PS: Coloquei a histórinha para servir de exemplo sobre o tema, acho que fica mais legal!!!
Um comentário:
Omissão é inaceitável, principalmente quando se trata da educação dos filhos...
Hoje, os pais querem compensar omissões e culpas através de permissividade excessiva, acaba criando monstrinhos e marginais dentro de casa - tudo porque não sabem impor limites.
É minha querida mamãe,não é nada fácil educar os seus filhos nos dias de hoje, por isso, pulso firme, sem perder a ternura!!!
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