23 de fev. de 2009

A VIAGEM



Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem.

Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada. 

Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques...
Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que, 
acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: Nossos pais.

Mas isso não é verdade!!!

Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinho, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão ser especiais para nós: Nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas tomam esse trem a passeio, já outras fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. 

Muitos descem e deixam saudades eternas. 
Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, 
ninguém sequer percebe. 
Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. 

Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. 
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar. 

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. 
Sabemos que esse trem jamais volta. 

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto poderão fraquejar, e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. 

E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades?  Sim, é mais do que óbvio!!!

Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.

Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram. 

E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que 
essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. 

Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...
Quem entrará? Quem sairá?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.

Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós, têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo FIM.
Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de "todos os passageiros".

Chorei muito quando li isso....principalmente quando li essa parte:"Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles."

Achei interessante postar aqui, e alguns de vocês entenderão bem o porquê!

Beijos, beijos e beijos

Um comentário:

Dan... disse...

Leka, infelizmente, ignoramos a nossa condição de individualidade: nascemos e morremos solitariamente. E em alguns momentos precisamos fazer essa viagem tbm sozinhos para resgatarmos a nós mesmos - há algo a ser aprendido nisto.

Mas, é claro que quando nos dispomos a viajar acompanhados, a parceria é fundamental e deve ser forte o suficiente para os imprevistos que possam surgir no meio do caminho.

Sempre é mais difícil e doloroso para quem tem a compreensão, porque além das suas próprias forças, também é preciso fazer força pelo outro.

Viajar acompanhado também é estressante e uma aprendizagem.

* Dan deixa a sua clava de brucutu a postos*

Mas, minha amiga, vamos que vamos, pelo menos dessa complexa viagem, vamos aproveitar para contemplar a paisagem e pensar um pouco mais sobre nós mesmos, concorda?!!!

Esse texto é perfeito e merecia que você o postasse aqui.
Beijão, te adoro,
Dan.